A prova será respondida pelos alunos, mas quem se preocupa são as faculdades - esse é o cenário às vésperas do Enade (antigo provão) 2008, que espera neste domingo (9) 565 mil universitários. Para convencê-los a se aplicarem ao exame, instituições particulares organizaram simulados valendo nota extra, almoço em hotel e até festa com churrasco em chácara."Convidaram a gente para passar um dia num sítio, com gincanas e distribuição de bolsas de estudo. Só para quem foi sorteado para o Enade", disse Ricardo Freitas, estudante de ciências da computação na Uninove (Centro Universitário 9 de Julho). Ele foi um dos sorteados pelo MEC (Ministério da Educação) para fazer o exame. 
"Eles estão com medo de que a gente faça tudo de qualquer jeito, tentaram comprar a gente com essa festinha", disse Freitas. "Eu, particularmente, não tenho motivos para fazer essa prova", disse.Apesar de a presença no exame ser obrigatória, as questões poderão ser entregues em branco. Um mau desempenho no exame não trará punições para os alunos: o objetivo do MEC é avaliar, com o Enade, a qualidade dos cursos superiores.
Sobre as críticas, a assessoria de imprensa da Uninove declarou que "não se furta a participar das avaliações do Enade ou de qualquer outra avaliação oficial".
Almoço motivacional
Na Faculdade Belas Artes, em São Paulo, os alunos sorteados para o Enade receberam um convite para um almoço no Hotel Matsubara, onde a diária varia de R$ 230 a R$ 3.000."É apenas um processo motivacional, para reunir todos os que farão o Enade", disse o supervisor acadêmico Alexandre Estolano. "A nossa faculdade não se pauta pelo Enade, não mudamos o currículo por causa do exame", disse.No último ano do curso de arquitetura, Márcia Assumpção conta que teve "no semestre passado, uma vez por semana, aulas preparatórias para o Enade". "Agora, mandam para a gente textos para o exame. Acho desnecessário, se o curso é bom, a gente vai bem na prova de qualquer jeito", opiniou Juliana Mastrângelo.

"Eles estão com medo de que a gente faça tudo de qualquer jeito, tentaram comprar a gente com essa festinha", disse Freitas. "Eu, particularmente, não tenho motivos para fazer essa prova", disse.Apesar de a presença no exame ser obrigatória, as questões poderão ser entregues em branco. Um mau desempenho no exame não trará punições para os alunos: o objetivo do MEC é avaliar, com o Enade, a qualidade dos cursos superiores.
Sobre as críticas, a assessoria de imprensa da Uninove declarou que "não se furta a participar das avaliações do Enade ou de qualquer outra avaliação oficial".
Almoço motivacional
Na Faculdade Belas Artes, em São Paulo, os alunos sorteados para o Enade receberam um convite para um almoço no Hotel Matsubara, onde a diária varia de R$ 230 a R$ 3.000."É apenas um processo motivacional, para reunir todos os que farão o Enade", disse o supervisor acadêmico Alexandre Estolano. "A nossa faculdade não se pauta pelo Enade, não mudamos o currículo por causa do exame", disse.No último ano do curso de arquitetura, Márcia Assumpção conta que teve "no semestre passado, uma vez por semana, aulas preparatórias para o Enade". "Agora, mandam para a gente textos para o exame. Acho desnecessário, se o curso é bom, a gente vai bem na prova de qualquer jeito", opiniou Juliana Mastrângelo.
Cursinho
Outras universidades apostaram em cursinho pré-Enade semanas antes da prova. No Mackenzie, por exemplo, essas duas últimas semanas de aulas do curso de engenharia elétrica foram trocadas por atividades específicas para o Enade. Para atrair os alunos, a participação nas atividades rendeu até 1,5 pontos na média."Se o Enade é para ver o que a gente já aprendeu, para que ter aula extra? Acho que a universidade quer mascarar a qualidade do ensino", criticou Taisa Fujita, no penúltimo semestre do curso. "A gente está quase se formando e vai deixar de ter conteúdos importantes por causa do Enade", completou.Na Unip, foram implantadas aulas aos sábados nas seis semanas que antecederam a prova. "Quem foi convocado para o Enade ganhou outro castigo: vir à faculdade sábado de manhã", disse Andrea Cristine, que termina a graduação em biologia. "Mas para mim a revisão ajudou bastante, tem coisa do começo do curso que não lembrava mais. Mas essas aulas de sábado eles só colocaram por causa do Enade", disse.Responsável por organizar as avaliações de qualidade de ensino, o Inep disse que "não tem controle em relação a esses cursos que as Instituições de Ensino Superior oferecem aos alunos".Já o Mackenzie disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que "em função de problemas durante a classificação de alguns cursos pelo Inep, a Universidade viu por bem oferecer aulas extras com programa a ser cobrado pelo Enade". Segundo a nota divulgada pela universidade, "tal procedimento em nada prejudicará o cumprimento do conteúdo programático registrado em suas grades curriculares".A Unip preferiu não comentar o assunto.
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