quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Obama deve ser melhor para o mundo e o Brasil, dizem especialistas


Democrata é tido como mais diplomático e negociador.No entanto, pode dificultar mais a entrada de produtos brasileiros nos EUA.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia adiantado, na semana passada, sua torcida pela vitória de Barack Obama nas eleições dos EUA. "Da mesma forma como o Brasil elegeu um metalúrgico e a Bolívia elegeu um índio, seria um avanço cultural a vitória de um negro na maior economia do mundo", disse Lula. Mas que impacto real terá a eleição de Obama no Brasil? Ainda que McCain e os republicanos sejam mais propensos à abertura comercial dos EUA, especialistas escutados pelo G1 concordam com Lula em linhas gerais e crêem que a escolha por Obama foi acertada. A curto prazo, McCain talvez fosse mais vantajoso para o Brasil, por fazer maior defesa do comércio livre, enquanto Obama e seu partido são contra a redução de tarifas agrícolas que beneficiariam o etanol brasileiro, entre outras commodities. “Mas Obama é melhor para o mundo, por ser mais negociador e diplomático”, defende o professor da FEA-USP Carlos Eduardo Soares Gonçalves, autor de “Economia sem Truques”, em entrevista ao G1. “Isso deve diminuir as tensões geopolíticas, reduzir as chances de uma arrancada no preço do petróleo e aumentar o fluxo de capitais, que indiretamente beneficiariam o nosso país”.
Opinião semelhante dá Paulo Visentini, professor e pesquisador do Núcleo de Estratégia e Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “Em geral o Brasil tendia a preferir presidentes republicanos, menos protencionistas. Mas hoje somos menos dependentes dos norte-americanos. E o Obama não é um negro ‘de gueto’, e sim um cosmopolita, com uma abertura ao diálogo que os EUA precisam recuperar”, analisa Paulo Visentini, professor e pesquisador do Núcleo de Estratégia e Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Rafael Duarte Villa, coordenador do Núcleo de Pesquisas em Relações Internacionais da USP, acredita que o grande diferencial de Obama é que ele pode recuperar o multilateralismo na política externa dos EUA, mas é mais cauteloso quanto ao impacto econômico de uma administração democrata no Brasil. Afinal, diz ele, a América Latina não é prioridade dos EUA no momento.

http://g1.globo.com/Noticias/0,,MUL847933-15525,00-OBAMA+DEVE+SER+MELHOR+PARA+O+MUNDO+E+O+BRASIL+DIZEM+ESPECIALISTAS.html

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